O câncer de testículo é um tumor infrequente que acomete o homem jovem, mas, a causa mais comum de câncer entre os 15 e 35 anos e que teve um aumento em sua incidência na ordem de 44% do inicio dos anos 70 para o final da década de 90. O testículo é um órgão extremamente especializado, com funções de produção de espermatozóides (reprodutiva) e produção de testosterona (hormonal).
Apresenta como fatores de risco maternos, aquelas mulheres que durante a gravidez tomaram estrógeno, ganho excessivo de peso, ou que foram expostas a solventes e radiação, mães que fizeram abuso de bebidas alcoólicas, cigarro e alimentos defumados e também, nascimento de filho prematuro. Os fatores de risco relacionados aos meninos seria atrofia testicular, nascimento prematuro e com um ou os dois testículos fora da bolsa, conhecido como criptorquidia, que precisaram de cirurgia para reposicionamento do testículo dentro do escroto. Nos casos de nascimento com o testiculo ectópico (fora do escroto), o tratamento deve ser realizado antes dos 13 anos de idade, mas o risco de tumor testicular aumenta em quatro vezes, devendo por isto ser monitorado regularmente em consultas médicas para exame físico e de ultrassonografia de rotina.
Sintomas
O sinal mais comum para suspeitarmos do diagnóstico de câncer do testículo é aumento de volume testicular indolor com nódulo palpável. Em muitas vezes a sensação de trauma prévio poderá gerar a suspeita.
Diagnóstico
O exame físico realizado pelo Médico e exames de sangue para avaliar marcadores tumorais ( alfa feto proteína, gonadotrofina coriônica beta, desidrogenase láctica) e ultrassonografia poderão confirmar o diagnóstico. Deve-se ter muito cuidado porque em aproximadamente 30% das vezes é realizado tratamento com antibióticos ao confundir um câncer no testículo com possível problema inflamatório ou infeccioso, retardando desta maneira o diagnóstico e tratamento corretos. Sempre é necessário exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética do tórax e abdômen para descartar a presença de metástases.
Tratamento
Na maioria das vezes, os tumores são descobertos em estágios iniciais com doença restrita ao testículo. Nestes casos, no tratamento cirúrgico poderá ser necessária retirada total do testículo, porém, em casos selecionados, quando há tumores menores do que dois centímetros, poderá ser retirado apenas o nódulo tumoral. Desta maneira, preservamos a função reprodutora com produção dos espermatozóides e a função hormonal com produção de testosterona pelo testículo.
Doença que no passado era associada a prognóstico muito ruim, hoje, encontra significativa chance de cura e rápida recuperação após o tratamento com breve retorno à vida normal. O câncer de testículo em estágios mais avançados, caracterizados pela presença de metástases em gânglios linfáticos abdominais ou torácicos ou em órgãos como fígado ou pulmões, que no passado era associada a prognóstico muito ruim, hoje, encontra significativa chance de cura relacionada à quimioterapia e associações com cirurgia ou radioterapia, que devem ser avaliados conforme os tipos de tumores que podem ser seminomas ou não seminomas.
Esta dramática melhora da sobrevida e altas chances de cura, surgiram após a combinação de métodos diagnósticos, efetivos medicamentos quimioterápicos, e apropriadas mudanças das técnicas cirúrgicas que fizeram reduzir a mortalidade superior a 50% antes de 1970 para menos de 5% nos dias de hoje.